sábado, 20 de fevereiro de 2010

Gira o pombo?!

«I want to crawl into a corner and basically die. Can I? Better yet, can we all do that because I know there is a shit load of people out there who want to do the same.»


Calma meu povo. Isto não é um acesso quase-emo (quase Quasimodo) da vossa fada.
Passo a explicar o sucedido.
Ontem à noite, enquanto me debatia com um 2º molar debaixo de uma almofada, ouvi estas palavras. O meu coração desacelerou. Ia morrendo, porque achava que ia ser apanhada. (Por Deus, não. Não pode ser outro miúdo com vontade de ir fazer xixi, pensei de mim para mim.)
Mas não, o que eu ouvi não foram palavras provindas de uma mente consciente. Foi o eco de sonhos perdidos algures numa galáxia sub/inconsciente.
Depois do susto, atentei nas palavras. Fiquei petrificada.
Primeira onda de choque: os miúdos de Portugal hoje em dia falam inglês durante o sono?! Em nome, do pai, do filho e da globalização.
Segunda onda de choque: os miúdos de hoje em dia fazem pedidos quase-suicidas durante o sono?!
Terceira onda de choque: Porque é que não lavaste os dentes meu porco? Que cárie filha-da-mãe! Outro dente para o buraco. Para quem tem dentes neste estado, muito palavreado tens tu debaixo da língua.(E continuei ainda a desenrolar um novelo de insultos para agora irrelevantes.)


Continuei a ouvir:


«Porquê que as férias têm de acabar já dia 22 de Fevereiro?...Não estou preparado psicologicamente....Ananás e anchov...É com puré


(Silêncio)


(Movimentei-me devagar. De repente oiço novamente aquele murmúrio macabro.)


«Horário...Sporting...Xanax...5-2...Quarta-feira..»

(Silêncio prolongado)


Saí cuidadosamente de debaixo da almofada, e com alguma dificuldade (não utilizei as asas para não fazer barulho) fui me colocar num local que os franceses chamam "menton" para poder ver que raio de criança era aquela.
Bem, não se pode chamar aquilo de criança. Passava já dos 16 anos, sem dúvida. O dente não caiu por mera exfoliação, mas caiu literalmente de podre. Voei sobre o quarto e sob a secretária deparei-me com um horário. A letras grandes no cabeçalho li (devagar, claro, que cada sílaba é só do tamanho do meu braço): "Fa-cul-da-de de Me-di-ci-na Den-tá-ria Uni-ver-si-da-de Lis-boa".
O meu cérebro começou a empapar. Achei aquilo tudo de muito mau gosto. Jurava que tinha saído de Portugal há umas boas 2 horas. Assustei-me: será que me teria caído uma gota de LSD em cima como aqui há uns anos atrás quando fui buscar uns dentes a San Fran? Boy, talking about crazy, that was a wild night. Purple Haaaaze.
Enfim, pus-me a voar dali para fora. Achei que não estava em muito boas condições e aqueles delírios provavelmente dever-se-iam ao excesso de trabalho. Pus a viola no saco (isto em jeito metafórico, obviamente, as fadas nem com um ukeleles podem, quanto mais violas) e acabei o turno mais cedo.
Entretanto chego a casa e após prolongada ponderação propus-me a aprofundar o assunto. Depois de algumas prevaricações em sites menos apropriados acabei por me inteirar sobre a presente situação dos meus xuxuzinhos, os meus pré-dentistas queridinhos.
Caramba, hein? Que horário mignonzinho!
É perfeitamente compreensível que os meus pupilos andem por aí a bater com a cabeça contra as paredes, com acessos suicidas e a espumarem-se da boca. Isto parece o anúncio do Restaurador Olex - não é normal!


But, hey what's a fairy to do? A vida é mesmo assim. A vida é injusta. A vida é mesmo injusta. A vida é mesmo muito injusta.
E aliás, eu só estou aqui a dar-vos música. The hills are alive with the sound of muuuuuuuusic....


This is definitely a trip. Was it mushrooms?


Lucyyy in the Skyyy with Diaamooonds. Haaaa


Oh, oh...


Picture yourself on boat in a river, with marmalade trees and marshmallow skies, somebody calls you, you answer quite slowly, the girl with kaleidoscope eyes...


Sie wissen sie lieben mich,


Fluorid Pulver,


Tooth Fairy.

PS: Agora diz que não é o Dudu!

Sem comentários: